Às vezes parece que o processo de vendas para uma revenda, seja varejo ou atacado, se resume a um eterno xôrôrô de preço de um lado, e um monólogo sobre qualidades e vantagens do produto do outro. Quando isso acontece, é provável que o comprador ainda não tenha percebido o benefício do que está sendo ofertado.
O comprador pode estar equivocado
ao não dar o devido valor ao seu produto ou serviço, ou pode estar apenas
jogando o jogo normal da negociação. Chorar preço está no DNA dos compradores.
Mas se você cai nessa armadilha, ou
você tem o melhor preço, ou diga adeus à sua venda.
O vendedor consultor
Cliente não quer preço, cliente quer ganhar dinheiro com seu produto. Quando a gente conduz a conversa nesse sentido, a negociação tende a destravar e a venda acontece.
É nesse contexto que surge o
papel do vendedor consultor, o vendedor que consegue “rebaixar” a importância
do preço na negociação ajudando o cliente numa série de outras questões:
- Indicação do mix ideal;
- Orientação sobre exposição dos produtos;
- Conhecimento das características de uso dos produtos;
- Conhecimento sobre os concorrentes;
- Treinamento dos balconistas ou vendedores;
- Informações precisas sobre entrega;
- Orientações sobre a colocação de pedidos no sistema B2B, assumindo que o fornecedor tem um.
E isso tudo junto vai consolidando uma variável fundamental, que é o relacionamento com o cliente. A confiança, a percepção de parceria.
A curva A de vendas
Nesse artigo eu vou falar do
primeiro item dessa lista, o mix de produtos que você vai ofertar.
O cliente pode ser conhecedor do
seu segmento a ponto de saber exatamente o que quer. Nesse caso, atenda o
cliente, mas sempre procure oportunidades de aumentar seu mix com ele. Mostre
produtos novos, ou produtos do seu mix que o cliente está comprando com a
concorrência.
Em vendas,
aumentar o mix no cliente é uma estratégia defensiva, pois você se torna mais
importante para o cliente e isso pesa na balança da negociação.
Em muitos casos, os clientes precisam
de sua orientação quanto ao mix. Esse é um momento crucial, onde você pode
conquistar sua confiança ou cair numa armadilha que vai te cobrar um alto preço
no futuro.
Você pode estar tentado a
oferecer os produtos que você tem mais estoque, aqueles produtos que o seu
gestor está querendo que você venda, que podem até estar fazendo parte de uma
promoção ou campanha. Resista à tentação e não caia na armadilha. Se os
produtos que você indicou não girarem, você está numa enrascada.
Se o cliente
pediu a sua orientação, ofereça a sua curva A de vendas.
O Princípio de Pareto
O italiano Vilfredo Pareto foi um cara genial.
Ele percebeu, observando a
colheita de ervilhas, que 80% das melhores ervilhas vinham de 20% das vargens.
Com o tempo observou que a “regra 80/20” era observável em várias outras
situações, desenvolvendo um conceito que é utilizado para análises e
priorizações até hoje.
Nas vendas, a análise de Pareto nos diz que 80% da receita vem dos 20% de produtos mais vendidos. São esses produtos que estamos chamando de “Curva A”.
A forma de identificar esses
produtos é bem simples – ordene os produtos das maiores receitas para as
menores, calcule os percentuais de vendas sobre o total e depois os percentuais
acumulados. Veja como fazer no exemplo abaixo:
No nosso exemplo, os produtos da classe A, ou curva A, são os 6 produtos que respondem por 79,5% da receita da empresa.
Podemos verificar isso no Gráfico
de Pareto.
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Matemática + Bom Senso
Feito o estudo, avalie o mix da
Curva A conforme calculado. Veja se faz sentido para o segmento e porte do
cliente. Faça os ajustes necessários e bote na sua proposta um mix de produtos
que vai girar e estabelecer um novo patamar de confiança entre o cliente e
você.
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