Como estabelecer metas de vendas?
Como estabelecer prazos e
resultados para um projeto?
Como desenvolver uma equipe de
alto desempenho?
Como encontrar o ponto certo, entre a irrelevância do fácil e a desmotivação do impossível?
Volta e meia me pego refletindo sobre a satisfação no trabalho e o crescimento profissional.
Observando postagens no LinkedIn,
fico com a sensação de que temos aí uma nova geração que preza muito pela
camaradagem, pelo respeito, pela inclusão, e talvez por um ambiente acolhedor
nas empresas.
Esses valores são importantes
para mim também. A gente passa a maior parte da vida no ambiente de trabalho. Ninguém
em sã consciência quer que o trabalho seja um martírio.
Mas será que um ambiente acolhedor demais é propício para o crescimento profissional?
Será que todos os problemas das empresas são sempre externos? O chefe tóxico, o colega traíra... Ou um pouco desses problemas somos nós mesmos que criamos?
Não estou desdenhando aqui de
quem sofre com chefes tóxicos ou colegas traíras, de forma alguma.
Mas vamos refletir um pouco...
Lições do Esporte
Desde a minha adolescência eu
pratico montanhismo. Moro em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro,
um lugar perfeito para isso.
No ambiente das montanhas a gente convive com a realidade nua e crua. Uma tempestade com raios não é acolhedora, cobras e abelhas não estão preocupadas com respeito e camaradagem.
Se você almeja subir uma montanha
mais difícil, treine e se prepare pra isso... e, mesmo assim, pode ser que você
não consiga.
A natureza é tão bela quanto
insensível.
Durante muitos anos eu pratiquei
a escalada, uma das vertentes do montanhismo que consiste em subir por uma
rocha inclinada utilizando apoios naturais, e tendo a segurança baseada em
cordas, mosquetões etc.
A despeito de todos os equipamentos e procedimentos de segurança, quando você guia uma escalada, ou seja, quando vai na frente esticando a corda de baixo para cima, você corre riscos. Risco de se machucar, no mínimo.
Esse risco cria uma pré-condição para que a escalada tenha um componente meditativo, de atenção focada – você está ali ganhando altura, se distanciando da última proteção, sem poder errar.
O equilíbrio entre o desafio e o preparo
Às vezes você escala uma via (uma
rota) que está abaixo da sua capacidade. Para quem gosta é divertido e
descompromissado. Você pode até se dar ao luxo de escalar meio displicente, sem
maiores consequências.
Escaladas assim são um gostoso
programa num domingo ensolarado.
Escalando no Morro da Babilônia, Rio de Janeiro
Mas quando você encontra um desafio real, ou seja, uma escalada no seu limite, a coisa fica bem diferente. O risco real de cair te puxa para um estado de atenção plena, que também é chamado de “experiência ótima” ou “flow”.
Escalando no Parque Estadual dos Três Picos, Nova
Friburgo
Vencer um desafio assim é algo próximo de um êxtase, um daqueles raros momentos em que tudo parece estar no lugar certo, um momento de felicidade plena.
Felicidade plena conquistada com
suor, dores, lesões e sofrimento, na rotina de treinos e estudos que é
necessária pra gente evoluir.
Treinamento em ginásio de escalada
O sofrimento é inevitável, faz parte da vida.
O importante
é saber pelo que você está disposto a sofrer.
FLOW
“Flow – estado em que a pessoa fica tão envolvida numa atividade que nada mais parece importar, em que a experiência em si é tão apreciada que nos entregamos a ela, mesmo a um alto preço, pela mera satisfação de vivê-la”.
Trecho do livro Flow – A psicologia do alto desempenho e da felicidade, de Mihaly Csikszentmihalyi.
Eu contei um pouco da minha história para te apresentar um livro, uma ótima dica de leitura.
Um livro que propõe buscar esse
estado de FLOW em todos os aspectos da vida, e em especial no trabalho.
Um livro que diz que depende
muito mais de você, do que do ambiente em que você se encontra.
Um longo estudo científico
mostrando que a superação de desafios reais, mas possíveis, tem papel
fundamental na satisfação e crescimento profissional. Ou, indo além, essa
superação é o ponto central da satisfação e crescimento profissional.
Epílogo
Nos últimos anos estive envolvido
em projetos de consultoria na área de vendas, talvez o setor das empresas onde
os conceitos do FLOW sejam mais aplicáveis.
Sempre acreditei num ambiente de
cobrança descontraída, de estudo e aprendizado, de suor com leveza, de
incentivo à superação, de metas desafiadoras, mas possíveis. De vibração a cada
venda e de reconhecimento quando se alcançam resultados notáveis.
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